domingo, 19 de julho de 2020
Escrevendo Corporação Gaia IV - Minnie & Natasha
Uma coisa curiosa quando estou escrevendo qualquer um dos livros de Nova Patópolis, é que não consigo imaginar as cenas sem humanizar fisicamente nossos amigos... não consigo levar a sério o carinho, amor, tristeza e principalmente a atração sexual com patinhos e ratinhos fofos... então para mim ao menos, Nova Patópolis é uma realidade alternativa onde todos são humanos...
Infelizmente não tenho talento para desenhar essas humanizações, mas o desenho acima, que achei na net seria um bom exemplo de uma Minnie... bonitinha, tranquila, mas se ficar brava, sai de perto...
E agora em Corporação Gaia, temos muitas interações dela com Mickey e Natasha, sendo que com ela, Minnie desenvolve uma curiosa relação de amizade/rivalidade.
Ao fim do Mancha Neural, vemos que elas conversaram em várias ocasiões e que Minnie se sente em "dívida" com ela, dívida essa cobrada de uma forma que ainda geraria muitos conflitos no futuro.
Mas a relação é complicada, pois ao mesmo tempo em que Minnie gosta de Natasha como pessoa e até a admira pelo seu trabalho, ela nota que Mickey pensa muitas vezes na "bela agente da CIA" ou na "psicótica sem vergonha" (a definição varia de acordo com o momento).
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E como podemos ver, existe um grande ressentimento por ela invariavelmente, acabar levando Mickey para uma situação perigosa...
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– Bom, não posso negar que a idéia é interessante... você sabe que eu adoro a emoção e a adrenalina...
– E eu? Não posso ficar preocupada? Não posso detestar ver você em perigo ou machucado? – retrucou ela quase chorando.
– Sim, mas... – tentou dizer ele, sendo cortado em seguida.
– E para completar, ela voltou... trazendo a emoção para o seu colo... e ela está mais linda do que nunca... não concorda?
– É... então...
– Não disse? Vocês brigam que nem cachorro e gato, mas isso só serve para esconder a verdade... as vezes acho que vocês até querem evitar, mas não conseguem...
– Não seja paranóica Minnie. – disse ele, sem conseguir negar o quanto pensar em Natasha mexia com ele as vezes.
– PARANÓICA? – gritou ela – Você acha que não percebo o climinha e os olhares entre vocês? Isso só vai passar quando vocês... vocês... ah, quer saber? Vá pra sua aventura, faça o que quiser junto com ela E ME DEIXA EM PAZ!
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Mas quando elas se encontram, fica-se evidente que um vínculo curioso foi formado entre elas...
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– Acho que vou declinar, está ficando tarde – disse Natasha se levantando, apenas para sentir a mão de Minnie segurando seu ombro.
– Ainda não... preciso falar com você e tem que ser agora.
– Tá bom – respondeu ela se sentando de novo.
– Mickey, pode nos dar licença? É coisa de cinco minutos.
– Claro, claro... – respondeu ele se levantando e saindo apressadamente.
Natasha sentiu um leve tom de ameaça na frase, mas preferiu ignorar. Para não ser mal educada, acabou pegando uma xícara de chá.
– Erva-doce sem açúcar, espero que goste – comentou Minnie se sentando e também pegando uma.
– Está ótimo – respondeu Natasha após o primeiro gole. – Então, em que posso te ajudar?
– Considerando tudo que aconteceu quando você ficou um tempo com o MEU noivo, você vai me ajudar muito se me garantir que ele vai voltar inteiro e sem tentar me matar.
– Eu não te culpo, sabia? – disse Natasha bebendo mais chá e sendo totalmente sincera. – Há dois anos, você viu o Mickey saindo normal e voltando querendo te fazer mal... por que dessa vez seria diferente, não é?
– Sim, por que seria diferente?
– Porque dessa vez... eu não vou deixar nada acontecer com ele... eu prefiro morrer do que permitir que alguém faça mal a ele... você acredita em mim?
Minnie olhou bem nos olhos de Natasha e após alguns longos e tensos segundos, respondeu:
– Sim... devo ser uma idiota, mas acredito em você.
– Minnie... eu considero vocês tanto, mas tanto, que nunca faria nada que pudesse prejudica-los... eu estava contando os dias para ve-los de novo... sentia muitas saudades de vocês...
– Eu também... – respondeu Minnie, estendendo os braços.
Natasha não estava acostumada a receber carinho de forma tão espontânea, então demorou alguns instantes para retribuir o movimento, abraçando Minnie bem forte e sussurrando:
– Vai ficar tudo bem, eu prometo... ele vai voltar para você são e salvo...
– Obrigada... – foi a resposta, com um aperto mais forte no abraço.
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Mas que sofrerá um grande abalo após Mickey e Natasha retornarem da primeira parte da missão...
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– Agora danou – pensou Natasha, sentindo o corpo retesar.
– Não exatamente – respondeu Mickey.
Minnie que já estava trêmula, começou a suar frio. Após alguns segundos de hesitação, ela encarou o detetive e perguntou (em seu íntimo ela não queria ouvir essa resposta):
– Não... exatamente... o que, senhor Mickey? – perguntou Minnie com o corpo tremendo.
– Pessoal, eu vou lá pro carro, acho melhor vocês... – tentou falar Natasha.
– NÃO... OUSE... SAIR... DESSE... SOFÁ... – cortou Minnie, sem olhar para ela, falando alto, pausando e frisando cada palavra.
Natasha havia acabado de decidiu que se calaria, não se mexeria e tentaria não chamar a atenção para ela de novo.
Já Mickey hesitou por um instante, mas ele tinha se decidido a contar toda a verdade...
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E que juntamente com mágoas antigas e itens não resolvidos, vai colocar em perigo o tão antigo relacionamento de Mickey e Minnie...
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– Amorzinha...
– Não, você também está estranho, nem parece você e eu não consigo saber o que está passando na sua cabeça...
Após outro suspiro, ela continuou:
– Mas você parece que não entende, Mickey... você já imaginou uma coisa? E se eu recebesse uma ligação avisando que você tinha sido morto? Como eu ficaria?
– Eu entendo...
– Não, não entende... você não faz idéia de tudo que eu já passei e passo para manter nosso relacionamento, eu não te falo, tento ser forte... na verdade finjo ser forte, mas não mais...
– Como assim?
– Como você acha que eu fiquei após sua ida a Anderville? Mais de um ano... ouvindo piadinhas das pessoas, indiretas que você já tinha uma mulher lá, que não voltaria... e eu só ouvindo, ouvindo, até que você enviou uma foto de uma festa, de braços dados com sua amiga Patty Ballestreros... o que eu senti?
– Mas não houve nada...
– Sim, mas o que eu senti? Diga-me... o que eu senti?
– Eu não sei...
– Exatamente... nem imagina... quantas festas eu recusei, quantas noites eu deixei de sair, pois ficava imaginando que você estava sozinho, acuado... e você passeava com ela... o que eu senti?
– Eu nunca imaginei...
– Claro que não... e como poderia? Eu não reclamava, fingia que estava tudo bem... tudo para manter o sonho do nosso casamento, aquele que você nunca quer, e quando falo alguma coisa você sempre muda de assunto... e pensar que eu vivi para ouvir um assassino dizer que é errado não termos casado... que você me enrola... e ele tem razão... é inacreditável.
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