domingo, 26 de julho de 2020

Escrevendo Corporação Gaia V - Humanizando o Elenco Disney

Prezados amigos,

Quem não acompanha a Gibiteca no Facebook, não sabe... mas semana passada, quando eu "ousei" representar Minnie Mouse como uma menina de mangá... branca... o pau cantou para o meu lado... não quero entrar em detalhes, mas...  basicamente eu estava "estragando a infância" dos marmanjos de 50 anos e fazendo algo errado por dizer que ela podia ser branca... até uma analogia com o tal de homem-pateta que manda crianças se matarem aconteceu, como se dando um rosto humano a um personagem Disney, fosse uma blasfêmia, heresia, crime de Lesa-Pátria, etc...

Enfim... a maioria me apoiou e a minoria desocupada me encheu o saco... normal...

Então... para ser justo e não representar apenas Minnie humanamente, eu decidi humanizar o elenco todo... Minnie, Mickey, Natasha, Daphnée, o vilão, o contratante, Taylor, Louise, Francine, Matthew... todos serão representados em um cartaz propaganda (paródia), como se o livro fosse um Mangá, mas que ainda não terminei...

Mas vejam alguns exemplos nas cartas... semana que vem posto o cartaz e finalmente revelarei o enredo, pois já tenho 30 capítulos prontos de 42 (o dobro do Mancha Neural)



Também fiz uma segunda tentativa de capa, não sei ainda qual vou usar (aceito opiniões)



E espero não estragar a infância de nenhum adulto entre 40 a 70 anos... claro que na realidade, não estou nem aí para qualquer um deles, pois a imaginação e a história são minhas... dica para eles... me bloqueiem e qdo o livro sair não leiam... será um favor...

A parte boa é que com rostos humanos, finalmente eu posso descrever com fidelidade algumas cenas mais "adultas" envolvendo os protagonistas... atração sexual entre ratos... não dá mesmo!!!!!

E espero que todos aproveitem a inédita paródia do Médico e o Monstro que foi liberada esta semana... o Brasil é o segundo país do mundo a  ter esta história disponível... e de graça... imagino que este trabalho sem fins lucrativos valha muito, então só queria saber o que este pessoal que reclama já fez ou fará pelas histórias em quadrinhos  (além de encher a minha paciência, é claro)

Abraços e boa semana a todos

Daniel

sexta-feira, 24 de julho de 2020

O Estranho Caso do Dr. Ratkyll e Mister Hyde - Conclusão

Prezados,

Com muito orgulho, a Gibiteca e os EsquiloScans trazem para todos, a conclusão da fantástica e banida adaptação do clássico "O Médico e o Monstro".

Tradução e Diagramação - Gabriel (meu garoto de 12 anos)


Peguem na Gibiteca

Boa leitura e bom final de semana a todos... E DEIXEM um COMENTÁRIO, que demora só um minuto... Essa Graphic demorou MESES e fizemos...

domingo, 19 de julho de 2020

Escrevendo Corporação Gaia IV - Minnie & Natasha


Uma coisa curiosa quando estou escrevendo qualquer um dos livros de Nova Patópolis, é que não consigo imaginar as cenas sem humanizar fisicamente nossos amigos... não consigo levar a sério o carinho, amor, tristeza e principalmente a atração sexual com patinhos e ratinhos fofos... então para mim ao menos, Nova Patópolis é uma realidade alternativa onde todos são humanos...

Infelizmente não tenho talento para desenhar essas humanizações, mas o desenho acima, que achei na net seria um bom exemplo de uma Minnie... bonitinha, tranquila, mas se ficar brava, sai de perto...

E agora em Corporação Gaia, temos muitas interações dela com Mickey e Natasha, sendo que com ela, Minnie desenvolve uma curiosa relação de amizade/rivalidade.

Ao fim do Mancha Neural, vemos que elas conversaram em várias ocasiões e que Minnie se sente em "dívida" com ela, dívida essa cobrada de uma forma que ainda geraria muitos conflitos no futuro.

Mas a relação é complicada, pois ao mesmo tempo em que Minnie gosta de Natasha como pessoa e até a admira pelo seu trabalho, ela nota que Mickey pensa muitas vezes na "bela agente da CIA" ou na "psicótica sem vergonha" (a definição varia de acordo com o momento).


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E como podemos ver, existe um grande ressentimento por ela invariavelmente, acabar levando Mickey para uma situação perigosa...


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– Bom, não posso negar que a idéia é interessante... você sabe que eu adoro a emoção e a adrenalina...

– E eu? Não posso ficar preocupada? Não posso detestar ver você em perigo ou machucado? – retrucou ela quase chorando.

– Sim, mas... – tentou dizer ele, sendo cortado em seguida.

– E para completar, ela voltou... trazendo a emoção para o seu colo... e ela está mais linda do que nunca... não concorda?

– É... então...

– Não disse? Vocês brigam que nem cachorro e gato, mas isso só serve para esconder a verdade... as vezes acho que vocês até querem evitar, mas não conseguem...

– Não seja paranóica Minnie. – disse ele, sem conseguir negar o quanto pensar em Natasha mexia com ele as vezes.

– PARANÓICA? – gritou ela – Você acha que não percebo o climinha e os olhares entre vocês? Isso só vai passar quando vocês... vocês... ah, quer saber? Vá pra sua aventura, faça o que quiser junto com ela E ME DEIXA EM PAZ!

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Mas quando elas se encontram, fica-se evidente que um vínculo curioso foi formado entre elas...


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– Acho que vou declinar, está ficando tarde – disse Natasha se levantando, apenas para sentir a mão de Minnie segurando seu ombro.

– Ainda não... preciso falar com você e tem que ser agora.

– Tá bom – respondeu ela se sentando de novo.

– Mickey, pode nos dar licença? É coisa de cinco minutos.

– Claro, claro... – respondeu ele se levantando e saindo apressadamente.

Natasha sentiu um leve tom de ameaça na frase, mas preferiu ignorar. Para não ser mal educada, acabou pegando uma xícara de chá.

– Erva-doce sem açúcar, espero que goste – comentou Minnie se sentando e também pegando uma.

– Está ótimo – respondeu Natasha após o primeiro gole. – Então, em que posso te ajudar?

– Considerando tudo que aconteceu quando você ficou um tempo com o MEU noivo, você vai me ajudar muito se me garantir que ele vai voltar inteiro e sem tentar me matar.

– Eu não te culpo, sabia? – disse Natasha bebendo mais chá e sendo totalmente sincera. – Há dois anos, você viu o Mickey saindo normal e voltando querendo te fazer mal... por que dessa vez seria diferente, não é?

– Sim, por que seria diferente?

– Porque dessa vez... eu não vou deixar nada acontecer com ele... eu prefiro morrer do que permitir que alguém faça mal a ele... você acredita em mim?

Minnie olhou bem nos olhos de Natasha e após alguns longos e tensos segundos, respondeu:

– Sim... devo ser uma idiota, mas acredito em você.

– Minnie... eu considero vocês tanto, mas tanto, que nunca faria nada que pudesse prejudica-los... eu estava contando os dias para ve-los de novo... sentia muitas saudades de vocês...

– Eu também... – respondeu Minnie, estendendo os braços.

Natasha não estava acostumada a receber carinho de forma tão espontânea, então demorou alguns instantes para retribuir o movimento, abraçando Minnie bem forte e sussurrando:

– Vai ficar tudo bem, eu prometo... ele vai voltar para você são e salvo...

– Obrigada... – foi a resposta, com um aperto mais forte no abraço.

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Mas que sofrerá um grande abalo após Mickey e Natasha retornarem da primeira parte da missão...


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– Agora danou – pensou Natasha, sentindo o corpo retesar.

– Não exatamente – respondeu Mickey.

Minnie que já estava trêmula, começou a suar frio. Após alguns segundos de hesitação, ela encarou o detetive e perguntou (em seu íntimo ela não queria ouvir essa resposta):

– Não... exatamente... o que, senhor Mickey? – perguntou Minnie com o corpo tremendo.

– Pessoal, eu vou lá pro carro, acho melhor vocês... – tentou falar Natasha.

– NÃO... OUSE... SAIR... DESSE... SOFÁ... – cortou Minnie, sem olhar para ela, falando alto, pausando e frisando cada palavra.

Natasha havia acabado de decidiu que se calaria, não se mexeria e tentaria não chamar a atenção para ela de novo.

Já Mickey hesitou por um instante, mas ele tinha se decidido a contar toda a verdade...

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E que juntamente com mágoas antigas e itens não resolvidos, vai colocar em perigo o tão antigo relacionamento de Mickey e Minnie...


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– Amorzinha...

– Não, você também está estranho, nem parece você e eu não consigo saber o que está passando na sua cabeça...

Após outro suspiro, ela continuou:

– Mas você parece que não entende, Mickey... você já imaginou uma coisa? E se eu recebesse uma ligação avisando que você tinha sido morto? Como eu ficaria?

– Eu entendo...

– Não, não entende... você não faz idéia de tudo que eu já passei e passo para manter nosso relacionamento, eu não te falo, tento ser forte... na verdade finjo ser forte, mas não mais...

– Como assim?

– Como você acha que eu fiquei após sua ida a Anderville? Mais de um ano... ouvindo piadinhas das pessoas, indiretas que você já tinha uma mulher lá, que não voltaria... e eu só ouvindo, ouvindo, até que você enviou uma foto de uma festa, de braços dados com sua amiga Patty Ballestreros... o que eu senti?

– Mas não houve nada...

– Sim, mas o que eu senti? Diga-me... o que eu senti?

– Eu não sei...

– Exatamente... nem imagina... quantas festas eu recusei, quantas noites eu deixei de sair, pois ficava imaginando que você estava sozinho, acuado... e você passeava com ela... o que eu senti?

– Eu nunca imaginei...

– Claro que não... e como poderia? Eu não reclamava, fingia que estava tudo bem... tudo para manter o sonho do nosso casamento, aquele que você nunca quer, e quando falo alguma coisa você sempre muda de assunto... e pensar que eu vivi para ouvir um assassino dizer que é errado não termos casado... que você me enrola... e ele tem razão... é inacreditável.

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quarta-feira, 15 de julho de 2020

Manual dos Jogos Olímpicos



Nas CNTP (Competições Normais em Tempos sem Pandemia), estaríamos próximos de mais uma edição dos Jogos Olímpicos da era moderna – no momento adiados para 2021.
Em sua falta, ficamos com o manual publicado pela Abril Cultural em 1988, uma versão reduzida da versão lançada em 1980 cujo exemplar ainda estamos à procura.

Também disponibilizamos uma pasta contendo 20 itens alusivos ao evento.

E ainda: Os Anos de Ouro de Mickey, Walt Disney Treasures, Luluzinha, Almanaque do Zé Carioca, Disney Especial Reedição, Clássicos Disney em quadrinhos, Mickey, Tio Patinhas, Uma Cilada para Roger Rabbit, Gibizinho do Chapolim, Fantasma edição Histórica, Gasparzinho, Os 4 Mundos Encantados de Disney, Diversões Juvenis, Fantasia em Quadrinhos, Garfiled em Ação, Zé Colmeia, O Melhor de Pica-Pau e Livro Ilustrado Passaporte para as Olimpíadas.
Boas leituras.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Uma sequência para chorar (Parte 1) - Elfen Lied

Eu confesso, já chorei lendo mangás... três vezes na realidade... e não sei porque, hoje decidi falar da primeira...

Mesmo sendo uma história tecnicamente curta, mesmo focando em assuntos pesados, que vão desde o preconceito até o abuso infantil, mesmo sendo um festival de violencia sem fim, causada não apenas pela Lucy... aconteceu...

A personagem que me tocou para valer foi Nana, a Diclonius número 7... Ela foi a primeira de sua espécie que enfrentou Lucy e quase foi estraçalhada por ela... E quando os lideres do grupo de pesquisa viram que ela não era tão forte assim, decidiram descartá-la.

A ordem de matá-la foi dada diretamente ao diretor Kurama, que era a razão dela ser dócil, já que Nana o via como seu pai e fatalmente, ele que perdeu sua esposa e filha, acabou se apegando a ela também.

E qual foi a sequencia?

Ele mente e a leva para "um exame fisico", que na verdade é a aplicação de uma série de medicamentos e relaxantes...
E durante todo o tempo, Nana ri e conversa, enquanto ele assiste os remédios sendo ministrados...
Até que após a ultima injeção, Nana começa a ficar com sono e ocorre o diálogo que é de chorar...

- Papai, eu estou com sono...
- Não se preocupe, quando você acordar, o exame terá terminado...
- Não, mas... eu to... cansada...
- Sim, bons sonhos...
- Tá - ela disse, pegando na mão dele - Adeus...

ELA SABIA!!! Sabia que seu "papai" iria matá-la, e mesmo podendo se revoltar a qualquer instante, partindo todos eles ao meio, aceitou seu destino...

QUE PORCARIA!!! Na última cena, dele chorando com apenas os pés dela a mostra, eu também estava chorando que nem uma criança...

Eu descobri após virar pai, que qualquer coisa triste que envolve o relacionamento "pais e filhos", mexe muito comigo...












domingo, 12 de julho de 2020

Escrevendo Corporação Gaia III - Pesquisa & Leitura


Um leitor me perguntou sobre minha rotina como escritor independente e qual seria a sequência mais ou menos lógica que seria necessária para desenvolver um bom enredo.



Acredito que cada um possa desenvolver a sua rotina e a sua forma, mas penso que para existir qualidade no resultado final, alguns itens são essenciais, e na realidade, por mais que pareça contraditório, o mais trabalhoso é o mais interessante.

Primeiro, não creio que alguém que não leia muito, consiga escrever... um bom conhecimento do nosso idioma, de sinônimos a adjetivos, de formas de expressão e descrição são essenciais para uma escrita fluída e prazeirosa de se acompanhar.

E em segundo, eu particularmente odiaria passar informações incorretas nas minhas histórias... adaptar fatos históricos ou através de ficção subverter uma lei da física é uma coisa, mas inventar coisas mirabolantes ou reações impossíveis de se explicar, eu considero uma ofensa a inteligência do leitor.

Por isso, afirmo com toda a certeza que "deus ex machina" é o artifício do escritor preguiçoso e sem criatividade.

Pegarei apenas um exemplo no Mancha Neural... Se Patópolis e Ratópolis ficam em Calisota, próximo a costa, eles estão na região da Califórnia... segundo o livro, Mickey embarcou as 20:00 e desceu em Paris as 15:00 segundo o horário local, após gastar 10 horas de vôo e avançar 9 fuso horários... e é exatamente isso... pesquisado e calculado com exatidão, para justificar ele estar com sono, enjoado e sem fome... 

Mas voltando a Corporação Gaia, o primeiro capítulo "Requiem", conta tudo que houve com Natasha nos dois anos entre o fim do Mancha Neural até hoje, quando ela é convocada para sua nova missão...

De Kiev para a Moldávia... de lá para Côte d’Azur... depois para um templo Budista na Tailândia... em seguida Nepal... Itália... Berlim... Espanha... dois anos viajando, e em cada parada, uma série de detalhes que devem ser expostos, da forma mais realista possivel...

Vamos a sete exemplos  interessantes e 100% verdadeiros:

- De Kiev a Moldávia, uma das formas de viajar é entrando no metrô, no caso dela, na estação Arsenalna, a mais profunda do mundo com 105,5 metros, seguir até o sistema de trens e embarcar em um bólido da Moldovan Railways

- Para se fazer uma plástica, é necessário aguardar a cicatriz original desinchar.

- Em Côte d’Azur, Natasha é convidada para uma festa no Beach Club "Le Club 55".

- Para ir ao Monastério Budista Doi Suthep, um trem saindo de Bangkok em direção ao norte da Tailândia é uma boa pedida.

- A meditação Anapanasati e as regras de conduta no Monastério são reais.

- A altitude dos quatro acampamentos da encosta Nepalesa do Monte Everest são reais. O guia Sherpa avisando sobre as janelas meteorológicas também.

- Em Berlim, o Club der Visionare realmente está as margens do rio Spree.

E mais dezenas de detalhes... e essa é a parte trabalhosa e divertida, pois a cada pesquisa antes de escrever, acabo ganhando algum conhecimento novo.

Sei que a grande maioria não se importa com tamanha precisão, mas eu realmente gosto de pesquisar... e as vezes me surpreendo com alguns resultados, como por exemplo, quando achei uma música chamada "Despre Tine".

Mas isso é conversa para outro dia, pois a história associada a está música é crucial...

Abs e boa semana a todos,

Daniel

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Justiça para todos


Faz tempo que não leio uma história Disney "humana", a ponto de me fazer refletir... mas a primeira história da edição Tio Patinhas deste mês da Culturama "Justiça para todos", conseguiu...






Ao notar que os Metralhas são postos em liberdade em uma velocidade surpreendente, o Muquirana decide acompanhar alguns julgamentos e descobre que uma jovem e talentosa advogada, sempre a mesma, é a responsável pela soltura deles.




E ao confronta-la, questionando se ela não se importa em receber dinheiro sujo, ela afirma que os defende de graça...

- Não se envergonha de defender os piores vigaristas da cidade? Você sabe de onde vem o dinheiro com que lhe pagam?
- Não sabe nada sobre mim, Sr. Patinhas. Não faço isso por dinheiro, defendo os Metralhas de graça.
- Por quê?
- Não lhe diz respeito.

Depois um longo diálogo sobre o Tio Patinhas gostar do jogo entre ele e os Metralhas... afinal, o dinheiro fica a vista como um chamariz...

- Queria ter uma varinha mágica pra fazer as pessoas pagarem por seus erros, mas só tenho a lei! E isso me basta.




Mas não satisfeito em afronta-la, Patinhas a contrata e depois a acusa (sem provas) publicamente de cumplicidade com os ladrões, o que destrói a carreira e a reputação da moça... e vemos que ele não se importou de arruiná-la, desde que seu dinheiro estivesse seguro...

E aí... voltamos ao passado, entendemos todos os detalhes e a história se humaniza, relacionando ao mesmo tempo Pecados Antigos, Honra e principalmente Justiça...

Muito interessante a história e principalmente, humana...

terça-feira, 7 de julho de 2020

Quac! 05 e Mafalda 02

Destaque da semana para:

  • Mafalda 02, de Patomite e Luana
  • Quac! 06, Pateta 11 e Monstro do Pântano 05, dos Esquilos.

E ainda: Clássicos de Walt Disney, O Cão e a Raposa, Mickey, Almanaque do Zé Carioca, Almanaque do Tio Patinhas, Disney Super Especial, Batman Eternamente, Garfield, Diversões Juvenis, Gran Circo Kabum, Festival HB, Patota, Livro Ilustrado e Presente de Rinso.
Isso e muito mais disponível em AGibiteca.

domingo, 5 de julho de 2020

Escrevendo Corporação Gaia II - Daphnée Dubois


Daphnée Dubois, francesa, primogênita e herdeira da construtora Dubois, perdeu a mãe aos cinco anos e nunca recebeu a atenção devida do pai.



Já adulta, mas muito jovem, por pressão de alguns setores da alta sociedade, casou, casou e casou... três matrimônios, um mais desastroso que  o outro...

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Mas hoje não... por mais que toda a rotina da casa estivesse perfeita e em dia, o fato de sua patroa e amiga estar deitada no sofá da sala, era motivo de extrema preocupação. E mesmo ela tendo pedido, na verdade ordenado, para ficar sozinha, Louise não aguentou mais e naquele momento, desobedeceu a ordem gritada há pouco mais de uma hora.

Louise caminhou até a sala e tentando puxar assunto, disse:

- Senhora Dubois, precisa de alguma coisa?

- Preciso... ficar sozinha... eu já disse... e não tem ninguém aqui além de nós... você sabe que eu odeio... quando você me chama de senhora... - respondeu ela, com muita má vontade.

- Desculpe querida, é força do hábito... o protocolo...

- Dane-se o protocolo... dane-se o mundo... dane-se a minha vida... me deixa sozinha - ordenou ela, se virando no sofá.

- Não fale assim querida, você já passou por tanta coisa... eu não aguento te ver assim - disse ela, emocionada e chegando mais perto.

- Sim... você viu tudo de perto não é? Mamãe, papai... e o que dizer do trio, qual você acha que foi pior? O abusador, o agressor ou o traidor?

- Sim, eu vi tudo... mas, mesmo com tudo isso, tem uma coisa que eu nunca vi, querida... e isso está me preocupando muito. Eu nunca te vi caída no sofá, sem comer, sem se banhar e chorando... você não está bem...

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E sem querer, seu caminho cruza com o de Natasha Bykov em Berlim... e de uma conversa descontraída no bar, nasceu uma grande amizade...

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E por volta das 21:00 hs, enquanto experimentava uma bebida colorida e engraçada que tinha chamado a sua atenção no cardápio, que ela viu Daphnée entrando pelo acesso principal.

- Daphnée! Daphnée! - chamou ela, bem alto, após se levantar e ao mesmo tempo em que acenava.

- Natasha?! - quase gritou a garota, vindo rapidamente em sua direção.

- Que bom que você veio, eu estava te esperando, senta, senta! - disse Natasha com um sorriso.

- Vous veio parra me verr? Est conseguiu une table? Vous êtes belle - respondeu Daphnée, se sentando e sorrindo.

- Claro... adorei te conhecer ontem e queria falar contigo de novo.

- Je suis là, mon amour... est querr falarr sobrre? - perguntou ela, enquanto acenava para o garçom.

- Qualquer coisa... o que importa e que podemos brindar a vida de novo, não?

- Naturellement...

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E qual será o papel dela na vida de Natasha? O que o destino reservou para as duas amigas? Como duas pessoas tão diferentes poderão confiar uma na outra?

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Após quase uma hora, Natasha acabara de sair do banho, vestindo um roupão fofinho e com uma toalha enrolando o cabelo. E foi ao pisar no quarto, que aparentemente Daphnée se assustou e virou a cabeça em direção a ela, com os olhos arregalados.

- O que foi Daphy? - perguntou ela com naturalidade, mas sem receber qualquer resposta.

Natasha tirou a toalha e enxugou os cabelos, quando insistiu na pergunta: 

- O que foi, coisa?

- Quem é você? - perguntou Daphnée com a voz assustada.

- O que? Que raio de pergunta é essa? - perguntou Natasha, sem paciência para joguinhos.

- Qual é o seu nome? - perguntou Daphnée de novo, de forma estranha.

- Tá bom coisa, vou entrar na sua brincadeira... meu nome é Natasha Bykov... posso saber o que acontece agora? - respondeu ela, sem muito interesse, enquanto continuava a enxugar o cabelo.

- Mesmo? Tem cerrteza... que não é... Mileva Nikolin? - disse ela, tremendo a voz.

Natasha travou. E sentindo uma pequena palpitação enquanto a encarava, respondeu:

- O que você disse?

Daphnée não respondeu, mas seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

- Repete o que você falou, Daphy - disse Natasha, começando a andar na direção dela.

- Non! Non! Fica longe! - disse ela, tremendo todo o corpo. Ao estender o braço, fazendo sinal para ela não se aproximar, Natasha viu seu passaporte na mão dela.

- Por que você pegou meu passaporte?! - quase gritou Natasha, dando um passo forte em direção a ela, apenas para parar no segundo seguinte.

- NON! FICA LONGE! - gritou ela, desesperadamente - Se não chamo polícia! Fica longe de mim!

Natasha percebeu naquele instante que faltava apenas uma pequena gota para Daphnée surtar, já que ela estava apavorada e não raciocinava direito. Ela teria que ter muita calma e pior ainda, acalma-la.

- Tudo bem, estou longe... não vou fazer nada... você sabe que eu nunca faria nada contigo - disse ela, parada e com a voz mais calma possível.

- Non! Você mentiu prra mim! Igual todos! Eu nem sei seu nome! Eu sou uma idiota! Só sirrvo prra serr enganada! - falou ela, agora, desabando a chorar.

- Daphy, desculpe minha reação, mas eu nunca menti pra você... você acompanha minha vida, sabe meu nome e sabe no que eu trabalho... 

- Mentirra! Quem é você de verrdade? Diga-me.

Natasha respirou fundo, realmente Daphnée tinha razões por estar desconfiada, mas hoje, ela saberia de tudo.

- Daphy, eu sou Natasha Bykov, moldaviana, filha de Anton Bykov e Ileana Bykov, pertenço a uma linhagem aristocrata que foi dizimada durante a guerra contra a URSS. Vivi todos os anos da guerra no castelo Peterhof, fui assessora do príncipe quando ele retornou do exílio, trabalhei na KGB até o fim da guerra fria, depois me tornei agente da CIA. Eu sou Natasha Bykov, a mulher que nunca mentiria pra você.

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