sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Semana dos Mangás e Heróis... principalmente do Super Pato...

Prezados,

Mais uma semana, mais lançamentos...



Destaque para mais uma edição do incrível PKNA, cortesia do Paulo Marques...









Continuação de Citrus, Kenshin e Monster...







Mais duas edições da Sensacional Mulher Maravilha, traduzida e diagramada pela Tania (valeu moça!!!)

E finalmente, em Plutona, vemos a história sombria de cinco crianças que descobrem na floresta após a escola, o corpo da maior heroína do mundo... E o quanto essa descoberta vai impactar em suas amizades? E principalmente, em suas vidas?

Aproveitem...



terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Minha Linda Baterista - Capítulo VI : Fama [Conclusão]

 Capítulo VI – Fama


– Com licença, Doutora...

– Cristina, Shirley... me chame de Cristina – falei pela 100° vez e parece que não adianta – Mas sim, sente-se por favor.

– Desculpa... mas a Lu te chama assim o tempo todo... acho que me acostumei – comentou, se sentando.

– Tá bom, tá bom... que tal um Milk Shake de Chocolate?

– Claro...

Acenei para a moça do café e pedi os Milk Shakes de chocolate... um para cada uma... acho que merecia algo doce após os últimos dias... os últimos loucos e frenéticos dias...
Após a pequena cena no aeroporto voltamos para o hotel, no dia seguinte fomos para Santa Catarina, no outro dia houve o show... e depois o mundo enlouqueceu...

– No capricho, Doutora! – disse a moça do café, trazendo meu pedido, pelo qual agradeci.

– Ela te reconheceu? – perguntou Shirley, sem graça.

– Sim... já tirou uma foto também... e perguntou sobre os próximos shows da Lucy...

– Eu nunca imaginaria isso, Dou... Cristina – comentou, começando a beber seu shake.

E quem imaginaria? Mas com dezenas de pessoas filmando a cena da Lucy no aeroporto declarando seu amor, como não imaginar? Os vídeos foram compartilhados milhares de vezes... nós... viralizamos! Viramos trend topic no Twitter... #mocadecamisola... um tópico ridículo... e dezenas de memes...

– A Lu pediu pra eu printar as manchetes nos portais de notícias e sites de celebridades e fofocas... quer ouvir o que já tenho? – perguntou ela, um pouco receosa (não sabia por que).

– Claro... – respondi começando a beber também.

– "Assista ao vídeo da moça de camisola que viralizou na internet", "Moça de camisola chega aos Trend Topics", "Quem é Lucy, a guitarrista de camisola", "Descobrimos onde Lucy (a moça de camisola) vai tocar"... errr... "Exclusivo: Descobrimos quem é a Doutora".

– Como é??? – perguntei, espantada e quase engasgando... e descobrindo o motivo do receio dela.

– Então... eu li a notícia... alguém da Clinica onde você trabalha mandou e-mail pra um portal... eles foram lá... e entrevistaram a Priscila e... seus chefes.

– Que maravilha... agora, além de ser reconhecida na rua, nos bares, no hotel... o pessoal da Clínica deu minha ficha... essas coisas só acontecem comigo – comentei com um longo suspiro.

– Tenho mais umas vinte manchetes... errr... umas três sobre você... quer que eu continue?

– NÃO! Não quero saber de mais nada disso... que tal algumas notícias boas? Quem sabe melhora meu humor.

– Tá... nosso canal do YouTube que tinha doze mil seguidores... passou de meio milhão agora de manhã... o produtor dos shows de abertura ligou e implorou pra Lucy não fechar nada com ninguém até voltarmos pra São Paulo... os shows que ainda vamos fazer esgotaram os ingressos... tenho mais de dez pedidos de entrevistas pra Lucy... convites de programas de auditório... uma marca de lingerie quer a Lucy como garota propaganda... ela... é a sensação das redes sociais no momento...

– Tá, entendi... pelo menos algumas coisas boas surgiram...

– Tem várias coisas pra você também, mas você mandou recusar tudo...

– Claro... não sou artista... só me faltava essa – respondi, voltando a beber meu shake.

– Então... eu não recusei, pedi para entrarem em contato com você quando voltasse a São Paulo... errr... e dei o telefone da sua casa...

– COMO É?????? – gritei, quase engasgando de novo.

– Não fica brava Doutora... tem entrevistas, comerciais e outras coisas que só querem se forem as duas... então preferi deixar você conversar com a Lu e ver o que vão fazer... eu... nunca vi ela tão feliz.

– Eu sei... tá, depois eu vejo... tadinha, ela anda tão ocupada aqui no Rio de Janeiro, que só nos vemos a noite, e minha gatinha tá sempre esgotada e feliz...

– É...

– Tá bom, Shirley... não estou brava nem nada... mas não tivemos tempo pra conversar até agora... o que você queria falar comigo? – perguntei, já que foi a putinha (apelido carinhoso agora) que pediu este encontro.

– Doutora... digo, Cristina... aconteceu tanta coisa... que nem sei por onde começar... mas o primeiro item é... desculpe... eu li o e-mail com calma e realmente... não diz que você traiu a Lu, pelo contrário... e eu... tentei separa-las... desculpe... mas já apaguei aquela droga...

– Tudo bem... mas você voltou atrás e me trouxe a Lucy de volta... está perdoada... apesar de que ainda não entendi tudo que houve naquele dia.

– Nem eu... só sei que... ao perceber que a Lu tava triste... eu não aguentei e precisei reunir vocês de novo... e fique tranquila... que quando isso aconteceu, eu só tava abraçando ela... não teve nem um beijo.

– Tudo bem, eu acredito... e agradeço.

– E... obrigada por não fazer a Lu me mandar embora... mesmo sabendo que ela não me ama... eu gosto da banda... e queria ficar mais um tempo.

– Pode ficar tranquila... primeiro, você me devolveu a Lucy... segundo, sem querer você que causou toda essa fama, então é justo que a aproveite... terceiro, você foi promovida a acessora de imprensa e está trabalhando pra caramba... e quarto, quando a Lucy for fazer shows, ela vai precisar de uma amiga para lhe fazer companhia, e não acho que tem alguém melhor que você para este papel – comentei com toda a sinceridade.

– Mas... você vai confiar em mim? Mesmo sabendo que sou louca pela Lu? Mesmo sabendo... que se ela me quiser, vamos... trepar o tempo todo?

– Este é o ponto, menina... eu amo e confio na Lucy... e se acontecer, não foi porque você quis, foi porque ela quis... Mas não se engane, ela nunca vai pra cama com você – respondi com confiança.

– Eu sei... e nem poderei abraça-la publicamente... ou serei a vadia que quer destruir o casal perfeito... e ela a vagabunda que está traindo a Doutora... só poderei dar um abraço no camarim ou no quarto... nossa relação vai esfriar.

– É a vida... mas pode continuar sendo amiga... rir... aproveitar a companhia... e seguir até achar a sua pessoa certa... eu achei a minha, e foi totalmente sem querer.

– Eu sei... e admiro e respeito o amor de vocês... e espero um dia ter o meu...

– Vai ter sim... mas pra te animar, faço um brinde – falei, levantando o copo do Shake – Um brinde a melhor e mais honesta rival pelo coração da Lucy que já tive, você Shirley.

Ela bateu seu copo e tomou um gole... em seguida o levantou de novo e disse:

– Um brinde, a incrível e bondosa mulher que sempre cuidou e protegeu o amor da minha vida... que nunca será minha...

Fiquei um pouco sem graça e com pena dela, mas bati o copo tentando não transparecer isso. De qualquer forma, ficamos em silêncio um tempinho, até que ela falou de novo.

– Sabe, nunca entendi o que a Lu via em você... mas hoje eu vejo – disse ela dando uma pausa e me olhando fixamente – Cristina, você é... fascinante... se meu coração não fosse da Lu, eu... eu... te beijaria agora mesmo...

Digamos que não esperava algo tão direto vindo dela, praticamente um murro... na realidade, foi o que pareceu que me atingiu naquele momento, já que senti meu rosto queimar, o coração acelerar e um pouco de falta de ar...

– Exagerada... não precisa... tentar me agradar – foi minha resposta, quase gaguejando.

– Não é exagero... estou até imaginando em detalhes como seria se a gente fosse agora mesmo pro quarto lá do hotel, quero dizer, para conversarmos melhor lá... digo, pra ver algumas coisas lá... não... nada, esquece... – se enrolou, totalmente envergonhada. Acho que o momento sinceridade havia cobrado seu preço naquele instante.

– Entendi menina, entendi... então, voltamos a falar depois... melhor você voltar para o hotel, não é? Vou ficar mais um pouco aqui... curtindo a vista.

– Sim, claro... pode pagar meu Shake? Te pago no hotel... você bate lá no meu quarto que eu... eu pago... sim, apenas isso... pago na hora... – disse ela, se levantando e se enrolando de novo.

– Claro... mas nem precisa pagar... pode ir... tchau... – falei, quase a chutando pra longe.

E ela foi... não podia acreditar... após tudo que aconteceu, ainda recebo uma cantada explícita da putinha que durante meses tentou roubar a Lucy de mim... ela só podia estar me provocando, até parece que essa vadiazinha acha que sou...

– Doutora... – ouvi a voz dela sussurrando bem perto do meu ouvido direito, ao mesmo tempo em que me abraçava pelas costas.

– Quê? O que-e foi? – balbuciei sem graça.

– Obrigada por tudo, de coração... você é... fascinante – falou bem baixinho, para em seguida me dar um beijo demorado no rosto... e se não estou louca, um pouco antes de parar de beijar, deu uma lambida bem sutil na minha bochecha... e me soltou... e foi embora.

E a trouxa aqui... não sabia onde enfiar a cara... devia estar mais vermelha que um tomate... e com o coração querendo pular fora do peito... desgraçada... só podia ser provocação... ela não pode me achar fascinante... mentirosa... e tão linda, digo, tão... safada... isso.

Nossa... que calor repentino... pensando bem... é melhor evitar ficar sozinha com essa menina... vai saber... melhor terminar meu Shake e esquecer este assunto... safada...


Naquela noite...

– Doutoraaa... sua gatinha tá tão cansada... ela não consegue nem brincar...

– Tudo bem meu amor... relaxa e descansa – falei, abraçando minha gatinha em conchinha.

Ela havia ficado o dia todo atendendo fans, participou de uma entrevista em uma rádio, fez duas lives na internet, tocou na praia em um palco improvisado... e correu para todo lado, desde que acordou... voltou para o hotel, jantou, tomou banho e agora, só agora depois das 22:00 hs, havia deitado... e tem um show de abertura amanhã a noite... e várias  entrevistas marcadas para depois do show.

– Se após os últimos dias, você ainda quisesse brincar essa hora, aí sim eu estaria preocupada – comentei rindo.

– Tô quebrada... tô moída... quero férias...

– Lucy, sua fama mal começou... você sempre procurou isso, agora aguenta...

– Eu sei... só to com saudades de ficar com minha dona... a propósito, queria te perguntar uma coisa... mas não fica brava...

– Claro que não... por que fica... ah, só pode envolver a putinha...

– Tadinha doutora... não sei por que, mas hoje senti ela tão triste, que fiquei com vontade de dar um abraço e um beijo nela... mas não dei, pensei que minha dona podia achar ruim... você acharia ruim?

Eu sabia porque ela estava triste, mas não iria contar pra Lucy... então, considerando tudo, creio que só restava uma solução...

– Lucy, eu confio em você e sei que minha gatinha adora essa menina... então... se você me prometer que vai ficar só no beijo, pode ficar a vontade, prometo que não vou ficar brava... mas pare no beijo...

– Sério Doutora? Eu... admito... gosto dos beijinhos dela, é gostoso, sabe? Mas se mudar de idéia me avisa, tá? Te amo tanto...

– Pode ter certeza que aviso... eu também te amo muito, minha gatinha...

– Hmmmm... faz carinho?  – pediu ela, toda manhosa.

– Claro... vou te alisar até você dormir...

– Brigada Doutora...

E cumpri a promessa... alisei a gatinha, alisei, alisei... e quando ela tava quase dormindo, ainda ouvi uma última frase, bem pausada:

– Te... amo... minha... dona...

– Eu também... bons sonhos...

É tão gostoso ouvir e sentir ela ressonar... desde a primeira noite, quando a levei pra casa após derruba-la na rua... ela ressonou tão tranquilamente em meu sofá, após encher a barriguinha. E agora, cinco anos depois, é minha esposa e ressona nos meus braços... a vida é estranha, mas a vezes, é boa também...

E essa turnê tão planejada e tão desejada, vai mudar nossas vidas... Lucy ficou famosa e requisitada... eu estou sendo reconhecida na rua (preciso aprender a lidar com a fama)... a putinha tentou nos separar e depois nos juntou... e eu (nunca imaginei que faria isso) acabei de dizer pra minha esposa, que ela podia beijar outra (maturidade, talvez?)... realmente é uma nova etapa na vida de todas nós.

Mas acho que o mais inesperado de tudo... foi ter me tornado um pouco amiga (???) da putinha... coitada, preciso parar de chamá-la assim... e essa lambida que deu no meu rosto? Ela deve estar muito carente, isso sim...

Bom, no fim disso tudo, creio que só sobraram duas preocupações... primeiro devo tomar cuidado com a putinha, digo, com a Shirley... nada de muita intimidade... e segundo, preciso contar pra Lucy sobre o beijo da Pri...

Mas isso... é uma outra história.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Minha Linda Baterista - Capítulo V – Quem ama...

Capítulo V – Quem ama...



Finalmente! Finalmente! Finalmente! Finalmente a Lu é só minha... quando vi a vaca velha saindo do hotel há pouco, com mala e tudo, nem acreditei... agora tenho no mínimo dez dias e dois shows pra seduzir a Lu... e na hora certa, ela vai admitir que me ama também... não acredito... e vou começar agora mesmo... enquanto vou até o quarto dela, estou dançando no ar... imaginando tudo que faremos juntinhas... finalmente!

Pronto... em frente a porta... será que entro ou... não, melhor bater...

– Lu... posso entrar? – falei enquanto batia. Sem resposta... – Lu? Cê tá aí? – sem resposta. – LU!!!

Ela ainda não respondeu... será que tá dormindo? Deixa eu ver... Ué, a porta tá aberta? Melhor entrar...

– Lu? Lu? – fui falando enquanto entrava devagar... e não tinha resposta ainda – Cadê a chefe mais linda do mundo? E estou falando sério... – Ué? Cadê ela... só pode estar na cama...

– Aí está você! Por que não respondeu? – falei quando a vi deitada de ladinho na cama... que linda, com uma camisola cheia de patinhas de coelho... e uma calcinha rosa... como ela consegue ser tão linda?

– Hmmm? Desculpa, não ouvi – respondeu baixinho, sem nem se mexer.

– Posso deitar aí com você? Pra te fazer companhia? – perguntei com os olhos brilhando.

– Pode...

Não acredito!!! Ela deixou!!! Finalmente eu podia deitar na cama dela... vai ser a coisa mais fácil do mundo seduzi-la... só tenho que ir devagar... ela tá fragilizada... talvez hoje ainda... esse corpinho lindo e delicioso... vai ser todo meu...

Deitei atrás dela... nossa... to tremendo de ansiedade... cheguei mais perto e coloquei o braço esquerdo por baixo da cabeça e abraçei seu ombro... já com a mão direita, comecei a alisar suas costas, por dentro da camisola... que delícia... finalmente meu amor, não tem mais ninguém entre a gente... e você pode confessar o que sente por mim. Essa proximidade... o cheiro dela... se eu pudesse... calma... calma...

– Lu... eu... eu...

Não conseguia falar... melhor deixar minhas mãos falarem... massageando essa pele deliciosa... e ela não tá reclamando... nem tirando minhas mãos... isso é um sonho... parece um...

– Shirley...

– Quê? Ah, pode falar meu amor – respondi, tremendo mais ainda... o que ela ia falar? Será que já ia admitir que tá adorando meu toque? Ia falar que queria me beijar?

– Eu pensei muito... e queria te falar... que vou desistir da turnê... – foi o que ela balbuciou.

– O QUE DISSE??? – gritei no susto, soltando ela e sentando na cama.

– Eu... vou desistir... queria que você falasse com a Mari... diz que ela vai ser a guitarrista principal e vocês vão seguir sem mim... diz que eu tive um problema...

– LU! CÊ TÁ LOUCA?! – gritei, puxando seu ombro para olhar na cara dela. E as olheiras e os olhos inchados me assustaram – Lu? O que houve?

– Você sabe... a Doutora foi embora... e eu não vou conseguir... melhor desistir agora...

– LU! Ela não foi embora de vez, volta em alguns dias! Você não vive umas noites sem ela? E se um dia for fazer um show e ela não puder ir? Vocês tem um cordão umbilical por acaso? Deixa de ser... – parei pra não xingar meu amor.

– Pode falar Shirley... ridícula? Idiota? Boba? Sim, sou tudo isso e muitas outras coisas... por isso, estou desistindo.

– Mas... mas! Não faz sentido... esta turnê é o maior sonho da sua vida... você repetiu isso mil vezes – falei, começando a me desesperar.

– Shirley, você não sabe... esta primeira turnê era o sonho da minha vida, por que seria nas férias da Doutora... e passaríamos os três meses juntas... e ela me veria no palco... e brincariamos que nem namoradas após meus shows... e ela sentiria orgulho de mim pela primeira vez na vida... a gente planejou tanto... se fosse outro show, tudo bem... mas estes... era pra gente estar juntas o tempo todo... e ela teve que ir...

– Mas... ela vai voltar...

– Sim, mas ontem a noite ela se fechou no banheiro  pra fingir que ia tomar banho... mas saiu seca e com a mesma roupa... ficou uma meia hora chorando... eu não posso deixar ela sozinha nem por uma noite... eu achei que podia, mas não posso... vou embora mais tarde, hoje mesmo, pra encontrar ela... e vamos ficar juntinhas na nossa casa... e vocês continuam sem mim.

– Lu... eu... eu...

Eu... estava desnorteada, nem conseguia falar... não podia ser... o que eu havia feito? Meu Deus... eu estraguei o maior sonho da vida do meu amor... por ser egoísta... por querer ela só pra mim... o que eu devia fazer agora?
Aí de repente, um estalo... aquilo que a Doutora falou... quem ama... coloca o bem estar da outra pessoa acima do seu... o bem estar da Lu era mais importante... sim... só isso importava...

– LU! Ontem quando a Doutora falou que ia embora, o que você disse? – perguntei, rezando pra ainda dar tempo de limpar a imensa cagada que fiz.

– Que tudo bem... que devíamos ser profissionais...

– É isso! Ela me disse que... que... só iria se você não se importasse... se você ficasse triste, ela ia tentar arrumar outra pessoa pra fazer a coisa lá... você devia ter dito que não era pra ela ir!

– Então... a culpa é minha... – disse, recomeçando a chorar.

– NÃO! Você pensou que fazia o melhor... mas as vezes, só as vezes, podemos ser egoístas... liga pra ela... AGORA!

– Já tentei um monte de vezes e nem chama... deve ter descarregado...

– ENTÃO LEVANTA DAÍ! COLOCA UM SHORT E VAMOS! TEM TAXI NA FRENTE DO HOTEL!

– Pra onde?

– EU EXPLICO NO CAMINHO!!!! VEM!!!! AGORA!!!


Mais tarde, no Aeroporto Internacional Afonso Pena...

E aqui estou eu... sentada no saguão carregando o celular... morrendo de dor de cabeça e tentando segurar as lágrimas... daqui a pouco embarco e vou pra casa por dez dias no mínimo... ou mais, se a Lucy não estiver sentindo minha falta... e aquela putinha... deve estar deitada na cama da minha gatinha agora mesmo... alisando ela... beijando, talvez... e eu aqui...

Por que fui escrever aquele maldito e-mail? E como diabos foi parar nas mãos dela? Por que essas coisas só acontecem comigo? Preferia que a Lucy já tivesse trepado com essa putinha e aí acabava esse tesão entre elas... vadia... quando voltar, a primeira coisa de todas... vai ser mandar a Lucy te dar um pé na bunda...
Desgraçada... eu devia... ter quebrado a cara dela... se ela deixar minha gatinha triste... eu mato aquela puta... pro bem dela, é bom que fiquem apenas no sexo... se minha gatinha ficar sofrendo... eu mato ela... a Lucy é tão carente... e já sofreu tanto... eu... mato... aquela... puta...

– Voo JJ3145 com destino a São Paulo, primeira chamada, embarque imediato, portão dois.

Escutei perfeitamente bem a fatídica chamada para meu voo... sei que ainda falta um tempinho, mas fiz o check-in eletrônico e já peguei o cartão de embarque... é só entrar... aí espero no avião... bom, vamos lá... só tirar o celular e enfiar na bolsa... nem vou ligar essa droga...

Enquanto caminho pelo saguão, fico imaginando que devia estar aqui só amanhã, quando embarcaríamos para Florianópolis... amanhã a gatinha vai estar aqui com a putinha pendurada no braço... preciso parar de pensar nisso... chega de choro... vou ligar pra Lucy todo dia... não me comprometi a cortar o contado... e se a piranha não gostar, foda-se...

Passando pelo portão um... é o próximo então... logo ali... preciso ser otimista... a gatinha até pode trepar com ela, mas nosso amor é mais forte... é só uma provação, depois que nos reencontramos e essa vadia for chutada pros quintos dos infernos, tudo vai voltar ao normal... preciso ser otimista... aqui, portão dois... tem só umas quatro pessoas na frente... só esperar...

– Doutoraaaaaa!!! – ouvi bem longe alguns segundos depois.

Só faltava essa, agora estou delirando com a Lucy me chamando... deve ser porque dormi mal... bom, sou a próxima...

– Doutoraaaaa!!!! Espera!!! Cristina!!!! Espera!!!!

Delírio duplo? Posso jurar que ouvi a Lucy e a putinha me chamando... e para tirar a dúvida, olhei para trás.

– Doutoraaaa!!!!

Estou maluca ou é a Lucy vindo lá longe correndo na minha direção... balançando os braços... e a putinha atrás...

– Esperaaaa Doutora!!!

Não, são elas mesmo... e a Lucy continua gritando meu nome... e tá todo mundo olhando... e ela... tá vestindo a camisola com que dormiu essa noite??? Ela veio de camisola pro aeroporto??? Estou louca ou isso está acontecendo mesmo?

– Quem é aquela maluca? – perguntou a mulher logo atrás de mim.

Preferi não responder, pois fiquei morrendo de vergonha... mas sai da fila e andei em direção ao saguão, fazendo sinal para ela parar... eu tinha entendido e ia espera-la... mas não adiantou... ela continuou correndo e me chamando... até que quase chegando, eu que gritei:

– ESPERA LUCY!!!

Não adiantou... ela me alcançou, se jogou e me abraçou, o que me desequilibrou e derrubou nós duas... pronto, eu estava caída no chão do aeroporto, com ela em cima de mim, gritando e chorando...

– DESCULPA! EU MENTI! NÃO TÁ TUDO BEM! NÃO VAI EMBORA! SE VOCÊ NÃO ESTIVER COMIGO, NÃO QUERO FAZER A TURNÊ... DESCULPA! NÃO VAI EMBORA! EU TE AMO!

– Calma, Lucy, calma... por favor... se acalma – pedia, sem entender nada. Aí olhei pra putinha e ela estava chorando ao mesmo tempo em que... sorria? O que diabos aconteceu? Pra confundir mais ainda, a piranha se aproximou e falou:

– Eu disse pra ela que... você comentou que podia achar outra médica... que se ela quisesse, bastava pedir que você ficava.

– Você falou isso? – perguntei sem acreditar.

– FALOU SIM DOUTORA! E SEI QUE TO SENDO EGOÍSTA! MAS NÃO VAI EMBORA! POR FAVOR, FICA ATÉ O FINAL DA TURNÊ! TE AMO! – continuava gritando e me abraçando ainda no chão.

– Tá bom, Lucy... eu fico... vamos voltar pro hotel – respondi sem entender nada, mas era a única resposta possível... melhor deixar pra entender depois.

– TE AMO DOUTORA! – gritou, me dando um beijo apaixonado, que durou só uns dois segundos.

Assim que me beijou, dezenas de gritos, assobios e palmas explodiram no saguão. Paramos de nos beijar e quando olhei para os lados, estávamos cercadas... tinha pelo menos uma centena de pessoas nos olhando... e filmando com o celular... viramos atração turística.

– Doutora! Você tá parecendo um pimentão – comentou Lucy, enquanto se levantava.

– Por que será? – perguntei baixinho enquanto minha gatinha e a putinha me ajudavam a levantar.

'Isso aí doutora!!!', 'Tem que ficar com a Lucy mesmo!', 'Que casal fofo!', 'DOUTORA! DOUTORA! DOUTORA!', 'Que menina lindaaaaa!', 'Ela tá de camisola!!!', 'LUCY! LUCY! LUCY!' – foram alguns dos comentários e gritos que estava entendendo naquela balbúrdia, enquanto tentava sair de lá discretamente... alguns presentes vieram nos cumprimentar... outras choravam... outras pediam fotos... como sempre digo, essas coisas só acontecem comigo.

Demorou uns dez minutos pra toda aquela multidão dispersar, e só depois disso conseguimos ir embora... minha cabeça estava doendo e confusa... minhas costas e braços doíam pra cacete por causa da queda (mas preferi não dizer isso pra gatinha)... Lucy me abraçava como se tivesse me perdido e conquistado de novo... e a pu... Shirley estava quieta, mas não parava de enxugar lágrimas... e apesar de tudo, de uma forma bem estranha... ela parecia estar feliz (!!!!).

Um tempo depois, já no táxi a caminho do hotel, estava sentada no banco de trás e Lucy ia deitada no meu colo, de olhos fechados e pedindo carinho o tempo todo... Shirley ia na frente ainda calada... e a trouxa aqui não sabia se ainda a odiava ou se estava grata por ela ter devolvido minha gatinha... acho que a gratidão falou mais alto, pois cutuquei seu ombro...

– Shirley... obrigada...

– Não precisa agradecer Cristina, eu finalmente entendi o que você disse ontem – falou ela, se virando pra trás.

– Quem ama, coloca o bem estar da outra pessoa, acima do seu – disse, estendendo a mão em direção a cabeça da Lucy... e parando um segundo antes de tocar nela. – Não é verdade? – concluiu me olhando, enquanto enchia os olhos de lágrimas. Em seguida, se virou de novo.

– Sim, é verdade – respondi quase chorando (estava morrendo de dó dela), enquanto alisava a cabeça da Lucy, exatamente onde ela quase o fez... e eu não podia evitar de pensar no quanto era privilegiada por ter em minha vida uma pessoa como a Lucy, que me amava tanto.


....


Conclui a seguir... 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Recruta Zero

 


Destaque da semana em A Gibiteca para:
  • Edição Especial Colgate 03, dos Esquilos;
  • O Melhor do Recruta Zero (L&PM) Pocket 02, de Patomite & Luana.
E ainda: Pato Donald Extra 01, Almanaque do Tio Patinhas (série 2) 09, Disney Especial Reedição 15, Garfield em Ação (Salamandra, série 2) 13, Festival HB 02, HB Extra 02, Livro Ilustrado Fofão, O Destino do Zé Carioca, Tio Patinhas 557, Almanaque da Minie 02, Minnie (série 1) 14, Minnie (série 2) 28, Aninha (Nova Cultural) 07 e 18, Castelo Rá-Tim-Bum 04 e  Thor - Contos de Asgard.

Por fim, adicionada uma pasta contendo 143 edições com o Recruta Zero em sua passagem por várias editoras.
Boas leituras.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Feliz dia de São Valentim... e de brinde mais uma inusitada história de relacionamento humano...

Prezados,

Um feliz dia de São Valentim a todos, na realidade o dia dos namorados no mundo todo, exceto aqui (agradeçam ao comércio).

Para comemorar, lancei ontem o primeiro volume do Mangá Citrus, o Yuri Mangá de maior sucesso na atualidade, que já teve uma adaptação para Anime e um spin-off já em andamento.

Para começar, só a sacada das capas é um barato... Cada dupla de volumes monta um painel de Yuzu & Mei.




Como já disse mil vezes, gosto de relacionamentos inusitados, e este com certeza é...

De cara somos apresentados a Yuzuku, uma garota extremamente vaidosa que nunca namorou ou sequer beijou, mas que teve sua vida virada de ponta cabeça ao mudar-se para uma escola feminina que apresenta regras rígidas. É lá que Yuzuku conhece Aihara Mei, a inteligente, dedicada e intransigente presidente do conselho estudantil... porém seu encontro com ela não foi algo prazeroso.



Para “melhorar” a vida de Yuzu, ela descobre que Mei tornou-se sua irmãzinha após o novo casamento de sua mãe...


...e na primeira noite em sua casa nova, Mei lhe rouba seu primeiro beijo...



E após diversas tentativas de aproximação, Mei confessa que só a beijou, para que ela calasse a boca...





Enfim, são 10 volumes e muita agua vai rolar com esta convivência forçada... de um lado Yuzu que tenta levar a vida de forma leve e divertida e do outro Mei, uma garota depressiva e que já tem seu futuro todo definido.

Só um detalhe... este mangá foi publicado em capítulos em leitores on line, então para termos o .CBR que está na Gibiteca, nós aqui, salvamos página a página, capítulo a capítulo...

Aproveitem... Toda quinzena, um novo volume...


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Lançamentos da Semana... Jogo dos Piratas, Mangás e edições inéditas

Prezados,

Nesta semana, alguns lançamentos para todos os gostos...

Do Jogo dos Piratas, uma relíquia da década de 70 até vários Mangás... Edições inéditas e traduzidas como Fantasma (grato Emerson Pinheiro) e Sensacional Mulher Maravilha (grato Tania).

E a volta de He-man e o segundo Artbook da série Geek Fetish, desde vez com uma Cosplayer brasileira e famosa na capa.


E na área restrita, algumas prendas também...



Aproveitem,




terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Minha Linda Baterista - Capítulo IV – Obsessão

 Minha Linda Baterista - Capítulo IV – Obsessão



Ainda aguardava a explicação da putinha, mas desde já, me segurava para não esmurrar sua boca até quebrar aqueles dentes perfeitos. E a cada frase dela, ia ficando mais difícil conseguir isso...

– Então, "Doutora"... sabe o que mais me impressiona no seu comportamento? Durante a turnê da Lu, o maior sonho da vida dela, invés de se preocupar com ela, você prefere ficar trocando e-mails com a amante... e ainda para marcar um encontro após nossa volta... que vergonha.

– Chega! Não vou ouvir mais nenhum sermão seu... ou me diz o que quer me dizer, ou irei embora... e foda-se o resto – disse, com a certeza de que se ouvisse mais uma destas, perderia o controle. E acho que ela notou isso pelo meu tom de voz.

– Calma... tudo bem, não me importa... você escreveu seu e-mail e mandou pra Lu... quando chegou no celular, ela estava no banheiro e eu no camarim, aí gritei pra avisar que a bolsa vibrava... e ela pediu para ver se era você que estava ligando.
Mas que coincidência mais filha da puta... não acredito que foi algo tão idiota, realmente o destino me odeia... mas... uma coisa não batia.

– Mas como... você leu tudo e apagou tão rápido? Ou você levou o celular dela embora? – questionei indignada.

– Claro que não... eu li só o assunto e percebi que você mandou errado... aí imaginei que podia ter algo interessante e encaminhei pra mim rapidinho, depois apaguei de todos os locais... quando a Lu saiu, mostrei que não tinha nada e falei que só tinha chegado publicidade... pensei rápido, não? – se gabou ela, segurando a risada.

Mas que miserável filha da puta ao cubo... como alguém pode ter tanta sorte e pensar tão rápido? Ela tem uma cópia do e-mail... e eu já apaguei o original... e ela pode encaminhar pra Lucy editando algumas partes... e pode falar o que quiser... eu... não... acredito... de repente um desespero começou a preencher meu peito... essa putinha tinha nas mãos uma arma que podia destruir meu casamento com a Lucy... mas... não, de novo algo não batia...

– Não... você não pretende mostrar o e-mail pra Lucy, ou já teria mostrado ao invés de querer conversar comigo... afinal, o que você quer? – perguntei, rezando para estar certa.

– Nossa, você é mesmo inteligente... tem razão... pensei que se a Lu visse algo que a chateasse iria afetar o show, por isso apaguei... encaminhei mais de curiosidade, nunca imaginei que ia ter a confissão da traição... dei sorte, né? – perguntou cinicamente.

– O QUE VOCÊ QUER? – gritei, pois havia chegado no limite. Sim, era uma sortuda desgraçada... e eu, uma azarada do inferno.

– Tá bom... eu não quero mostrar este e-mail pra Lu, porque me preocupo com ela. Não quero ela chorando e deprimida porque foi traída, eu sei como é terrível a sensação... então se você fizer o que quero, além de não enviar, prometo que vou apagar ele... já disse, o que mais me importa é a felicidade da Lu... se você não liga pra isso, eu ligo e muito.

Agradeci a Deus o pensamento daquela menina, pois chegava a ser perigoso mostrar isso pra Lucy... estava mais tranquila agora, pois o pior não aconteceria e bastava então negociar com essa putinha... mas nem imagino o que ela podia querer, então insisti:

– Fico feliz com sua consideração para com ela... mas diga logo, o que você quer?

– Bom, falta um mês pra acabar a turnê... então o que quero é que você volte pra São Paulo e me deixe ficar este tempo sozinha com a Lu. Eu quero ela só pra mim durante o período dos nossos shows... esse será seu castigo. – disse, sem esconder um grande sorriso.

– Mas... mas... você está louca? Como vou explicar isso pra Lucy? Ela sabe que estou de férias... ah, entendi... você quer falar pra ela que fui encontrar com a Pri... que eu prefiro ficar com ela, não é? Sua... desgraçada – retruquei fechando as mãos. Acho que neste instante eu estava quase socando a cara dela.

– Claro que não... já disse que não quero que ela se sinta traída igual eu me senti... já pensei em tudo pra sua ida ser tranquila. Você vai falar que enquanto conversava comigo, ligaram de São Paulo por causa de uma emergência médica, você inventa uma... e você precisa ir e ficar um tempo lá pra resolver... e eu confirmo pra ela que você recebeu a ligação... eu só quero um tempo com a Lu, só nós duas... eu... preciso...

Me acalmei um pouco com esta frase... ela realmente não queria destruir meu casamento ou fazer a Lucy sofrer... mas... perder nossas férias para minha gatinha ficar nas mãos dessa putinha... eu não acreditava que isso estava acontecendo.

– E se eu não aceitar...

– Não estou te dando escolha "Doutora"... eu... preciso ficar com a Lu um tempo e essa é minha melhor chance... acredite, eu não gosto deste jogo baixo, mas estou... desesperada.

Que situação... então a decisão era minha... como sempre, a felicidade da gatinha estava nas minhas mãos... mas tudo estava tão estranho... o que essa menina estava fazendo... não fazia muito sentido...

– Shirley... me explica o que você quer ficando um tempo com ela... isso tudo está muito complicado para ser só sexo... por favor, eu juro que não entendi seu objetivo.

De alguma forma eu a toquei... aquela pose altiva e arrogante se desmontou bem na minha frente... ela começou a chorar... e preferi esperar ela responder... o que demorou alguns minutos.

– Cristina... eu... não aguento mais... eu... durmo pensando na Lu... acordo... fico o dia todo querendo chegar perto dela... ela me chuta, maltrata, não retribui... e eu... continuo abraçando ela... eu não aguento mais – disse ela em partes, quando conseguia parar de chorar por alguns instantes.

– Mas... o que isso vai mudar?

– Eu acho... que ela faz isso comigo porque você está perto... eu acho que ela gosta de mim, mas não demonstra por sua causa... se você estiver longe e ela me rejeitar... aí acho que vou me convencer que ela não me quer... eu preciso disso... para seguir a minha vida... eu estou presa nela... e não aguento mais... por favor... eu não quero prejudicar vocês... só quero... viver...

Então era isso... essa menina estava obcecada pela Lucy... e não conseguia aceitar a rejeição... e obviamente a minha presença era o item mais fácil de ser culpado... mas que droga... eu sabia que não ia mudar nada, que minha gatinha continuaria a rejeitando... mas... nossas férias... eu não podia aceitar isso... talvez... um meio termo...

– Um mês é muito... em uma semana você já vai saber como ela vai reagir... eu vou mas digo pra Lucy que não sei quando volto... e daqui a uma semana, se ela me pedir pra voltar, eu volto... mas se ela falar que está tudo bem, vocês continuam sozinhas. Vai depender do que a Lucy quiser.

Creio que ela não esperava uma negociação... notei que a putinha se espantou e ficou um tempo pensando. No fundo, tinha certeza que ela não mostraria o e-mail... mas talvez essa era a chance dessa sarna desgrudar da minha gatinha. E uma semana passava rápido.

– Ela vai ficar uns três dias um pouco triste... dez dias então... nenhum dia a menos... mas tenho certeza que a Lu não vai pedir pra você voltar... ela gosta de mim... e vai admitir isso quando estivermos sozinhas...

Bom, de um mês para dez dias... realmente não estava tão ruim assim... no fim, essa menina era só um incômodo... mas... neste período teria o show em Santa Catarina e no Rio de Janeiro... minha gatinha ficaria excitada... e essa maldita estaria sozinha com ela... eu estou entregando a Lucy nas mãos dela... será que minha gatinha resistiria? E se não resistisse? O quanto me incomodaria saber que elas transaram? O que isso mudaria no nosso casamento? Mas que escolha tinha? Se essa putinha quisesse, teria reescrito meu e-mail, encaminharia pra Lucy e destruiria tudo...

– Garota... eu... entendo você... e agradeço sua preocupação com a Lucy... até acredito que o que você sente é algo próximo ao amor... mas... você não vai conseguir... fique avisada que quando voltar, minha primeira atitude será fazer a Lucy te mandar embora.

– SE você voltar... SE a Lu não confessar que me ama também... quando estivermos nos amando, você será apenas uma lembrança distante... e eu vou apostar tudo nisso...

Essa doeu... saber que a Lucy estaria ao alcance dos braços dela pelos próximos dias... carente e sozinha... claro que espero que a gatinha resista... mas ela não resistiu no banheiro... e como seria agora? Melhor já começar a me preparar psicologicamente para aceitar isso... sim, não havia escolha.

– Tudo bem garota... sabe, quem ama de verdade, coloca o bem estar da parceira acima do próprio... e só por isso que vou aceitar... o bem estar da Lucy é mais importante que o meu... eu amo a Lucy acima de tudo e nunca a traí... mas por alguma maldição do destino, você, justo você... conseguiu esse e-mail para me chantagear... você ganhou esta batalha... mas a guerra vai acabar assim que eu retornar.

Após falar isso, abri a carteira, tirei uma nota de cinquenta e coloquei em cima da mesa para pagar a conta... e sem dizer mais nada levantei e voltei ao hotel para comunicar minha gatinha de minha ida... e tentaria marcar o vôo já pra amanhã, pois não quero ficar mais nenhum instante perto desta... putinha apaixonada... porque tinha certeza que iria destruí-la na volta.


Um pouco depois, no quarto do hotel...

– Doutoraaaaa!!! – gritou a gatinha, agarrando meu pescoço assim que entrei.

– Oi, meu amor – respondi de forma melancólica enquanto retribuía o abraço.

– Falou com ela? Estão mais amigas? Foi tudo bem? – perguntou ela, super animada.

– Foi... a... Shirley não era o que eu esperava... sim, ficamos um pouco... amigas – respondi, realmente triste.

– Que bom, mas por que está triste? Vem cá... deita no meu colo – disse ela, me puxando e se sentando na cama. Não resisti e deitei a cabeça no colo do meu amor e a senti alisando minha cabeça.

– Gatinha... quando estava tomando café com ela... a Clínica me ligou... um dos clientes mais importantes está no momento exato de fazer uma... cirurgia de reconstrução... eles querem que eu volte e faça a cirurgia... se você... não se importar... eu vou, fico uns dias em São Paulo e depois te encontro em outro ponto da turnê. O que você acha? – falei da forma mais convincente possível.

Lucy demorou pra responder... tadinha... mas preferi falar de uma vez... ah, que se dane... se ela chorar e pedir pra eu ficar, eu fico... e vou enfrentar as consequências junto com ela... basta ela pedir para eu ficar.

– Tudo bem, Doutora – foi a resposta.

– Tu-tudo bem gatinha? Tem certeza? – disse, sem acreditar no quanto foi fácil.

– Claro... não é trabalho? – perguntou, ainda alisando meu cabelo – Temos que ser profissionais, Cristy.

– Sim, mas... você vai ficar sozinha uns dias... nas nossas férias... isso não te deixa triste? – perguntei, quase implorando por um pedido para ficar.

– Não... tenho a Shirley pra me fazer companhia... se me sentir sozinha, peço pra ela dormir aqui comigo.

Essa frase foi como uma lança no meu coração... a putinha havia conseguido... e eu... eu... tinha que sair de perto dela o mais rápido possível.

– Tá bom... vou tomar um banho e depois preciso ligar para marcar minha passagem – disse, me levantando rápido e sem olhar pra ela. Em seguida entrei quase correndo no banheiro.

Lá dentro, abri o chuveiro... me encostei na parede... deslizei até o chão... e sentada ali, desabei a chorar... e o que estava me matando... foi pensar que a culpa de tudo... era daquele maldito e-mail.

– Lu... cy...

E nem imagino quanto tempo fiquei ali... chorando, chorando... e chorando...

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Minha Linda Baterista - Capítulo III – Traição


Minha Linda Baterista - Capítulo III – Traição



No fim, com muita má vontade, levantei, coloquei a primeira roupa que minha mão alcançou e fui me arrastando até o café em frente ao hotel, do outro lado da rua. Era um local tranquilo com algumas mesinhas na calçada e outras lá dentro.  Acabei me sentando do lado de fora e pedindo um expresso duplo suave e um muffin de framboesa.

Ao olhar para o relógio no celular, vi que ainda faltavam dois minutos para as 17:00 hs, então só restava aguardar. De onde estava, podia ver perfeitamente a entrada do hotel, e exatamente as 17:00 em ponto, aquela menina saiu e atravessou a rua em minha direção.

Precisava engolir meu orgulho e admitir que a desgraçada era bonitinha. Branquinha, novinha, cabelos curtos e negros com um penteado moderno, pouca maquiagem e acessórios... ela sempre exibia um sorriso radiante e tinha os olhos castanhos com o brilho da juventude e dos objetivos ainda não alcançados.

Vendo assim de longe, ela  parecia e muito, uma versão mais jovem de quando conheci Lucy, mas sem o sofrimento e a carga de problemas pelos quais minha gatinha já havia passado. Isso, Shirley era a típica patricinha classe média–alta, cuja maior preocupação era evitar que uma espinha manchasse sua cútis alva e perfeita... perfeita realmente, pois mesmo sendo dermatologista, era difícil ver uma pele tão bem cuidada... enfim, aqui estamos.

– Boa tarde, tudo bem com a senhora? – disse enquanto se sentava sem qualquer cerimônia.

– Tudo... Shirley, mas pode me chamar de Cristina... e parabéns pela pontualidade Britânica – respondi com um sorriso, engolindo o nome pelo qual quase a chamei.

– Magina... Cristina –  respondeu com a mesma hesitação de um segundo antes do meu nome... obviamente ela também havia engolido a palavra pela qual queria me chamar... considerando que sou a pedra no caminho para o coração da Lucy, não posso esperar simpatia.

Preferi aguardar em silêncio ela pedir seu café gelado com chocolate, mas a garota aparentemente estava feliz e a vontade... creio que começamos bem, então decidi quebrar o gelo com um elogio:

– Parabéns pela apresentação de ontem... fazia tempo que não via vocês tocando com tanta empolgação.

– Brigada... a Lu estava feliz e eu muito mais... acho que quando colocamos o coração no que fazemos, sempre fica legal – foi a resposta com um sorriso.

– Verdade... olha, seu café está pronto.

Sem pensar ela se levantou e foi até o balcão pegar e com isso evitou a moça de trazer seu pedido.

– Tadinha, já anda tanto... assim eu ajudo – explicou, sentando–se de novo.

Concordei com a cabeça enquanto me admirava com este comportamento louvável e empático... é, essa menina tem alguns pontos positivos, mas não posso me esquecer quem ela é... e o que quer.

– Bom, aqui estamos... o que você quer conversar, Shirley?

– Muitas coisas... e a primeira é... você tem idéia do quanto a Lu é importante pra mim? – foi a resposta, me olhando fixamente.

– Imagino que você goste muito dela... e sente uma atração bem forte... considerando o quanto a alisa, beija e abraça – respondi friamente.

– Quase acertou... eu não gosto da Lu, eu AMO a Lu... ela é a pessoa mais importante da minha vida e por ela, faço qualquer coisa – retrucou em um tom melancólico.

– Ah, tá... mas... é meio estranho confessar isso para a esposa da pessoa que você ama, não é? – comentei um pouco sem graça.

– Sim, mas não me importo em demonstrar meu amor por ela na sua frente... eu nunca quis te provocar ou coisa assim, simplesmente não consigo evitar de beijar e abraçar a Lu... então só quero deixar claro que tudo que já fiz e farei, é pelo amor que sinto por ela... eu... só tive uma namorada até hoje, quando tinha dezessete e perdi a virgindade com ela com dezoito... eu... era totalmente apaixonada até descobrir que ela me traía com uma professora de inglês bem mais velha... então prometi que não ia mais namorar, só curtir... aí meu coração me aprontou essa, que foi me apaixonar pela Lu, que é casada... irônico né?

Essa menina estava falando sério e abrindo sua vida pra mim, mas sinceramente não imaginava onde ela queria chegar.

– Entendi que essa paixão aconteceu sem querer... mas onde quer chegar?

– Eu... eu preciso saber... se a Lu já te contou sobre o que fizemos... nossos momentos no estúdio... eu... sei que ela é sua esposa... mas... aconteceu... não precisa me xingar, já me sinto muito mal por isso... sinto muito de verdade – disse em um tom envergonhado.

– Bom, se você fala sobre uma vez, onde estavam bêbadas e se beijaram embaixo do chuveiro e que terminou com ela brigando porque você falou de mim, eu sei e já perdoei isso – afirmei, querendo encerrar este assunto, sabendo que Lucy não mentiria. Acho que ela não esperava que minha gatinha iria me contar, pois ficou em silêncio por algum tempo e notei seu rosto corado.

– Ela contou então... os cinco minutos mais felizes da minha vida... que depois virou meu pior pesadelo, porque imaginei que ela passaria a me odiar... mas mereci, pois tinha beijado uma mulher casada – disse ela, enxugando uma lágrima.

Eu realmente sou uma completa idiota, pois neste instante, consegui a proeza de ficar com dó da piranha que estava há meses tentando roubar minha esposa.

– Tudo bem garota, mas isso já passou... afinal, o que você quer?

– Só a Lu mesmo... um único beijo e ela te contou... como é boba e apaixonada... ela não merece isso que você faz – balbuciou.

– Não entendi...

– Eu disse que a Lu... só me deu um beijo e correu para te contar, aposto que chorando e implorando perdão... não acredito como ela é apaixonada por você! E você... você... que devia amar ela acima de tudo, a trai – disse, desta vez com muita raiva e os olhos marejados.

– O que você disse? Está me acusando de trair a Lucy? – perguntei assustada.

– Acusando? Não, estou afirmando... sua... vagabunda – foi a resposta com mais raiva ainda.

Fiquei tão assustada com esta frase que nem me importei muito com o "vagabunda"... de onde esta piranha estava tirando isso?

– Olha aqui, é melhor voltarmos para o hotel, antes que... que... você... alisa, beija e abraça MINHA esposa na MINHA frente e vem me acusar de traição? Você que é uma putinha sem vergonha – falei ainda assustada e me levantando, com a certeza que era melhor encerrar aquela conversa.

– Antes que o que? Vai enfiar baquetas no meu rabo, "Doutora"? – foi a resposta com desprezo. Demorei meio segundo para lembrar onde usei essa frase... e agora estava assustada pra valer.

– Onde... você viu isso – perguntei, voltando a me sentar.

– Se voltar para o hotel, só vai descobrir quando for tarde demais.

– Ainda estou aqui... responda!

– Sabe, eu admirava e invejava seu amor pela Lu... apesar de não resistir, depois me sentia mal por tocar e querer ela... me sentia péssima por amar alguém que já era tão amada e bem cuidada... mas agora... só sinto nojo de você, "Doutora"... como pode... trair alguém que te ama tanto? Como consegue dormir com suas amantes, sabendo que a Lu está em casa te esperando? Não se importa se ela chorar ou ficar triste? Que raio de amor é esse? –  foi o que ouvi, com uma mistura de tristeza e repulsa... e não estava entendendo nada.

– Shirley, eu não sei do que você está falando... eu nunca traí a Lucy.

– Claro que não... afinal, ficar com a amante após a festa de fim de ano e ir pro motel com ela não é traição... e pior, com uma mulher que a Lu odeia... foi trair ela logo com a tal da Pri.

Agora estava confirmado... não sei como, mas esta menina havia lido o e–mail e entendeu o que quis entender... a questão era muito delicada e fui pega totalmente de surpresa...

– Você está louca... de onde tirou isso? – perguntei nervosamente para ganhar tempo.

– Você sabe de onde... não se faça de sonsa – foi a resposta com mais raiva ainda.

– Mas... mas... mas... como?

– Ah, confessou... tá bom, vou te contar como as vezes o universo conspira para derrubar a máscara de vagabundas traidoras igual você – respondeu, voltando a beber seu café – Mas antes, vou pegar um Muffin igual esse aí... fiquei com vontade de comer algo doce... quer que eu traga mais alguma coisa, "Doutora"? – perguntou com cinismo, mas me recusei a responder.

Em seguida, ela levantou e foi até o balcão... e eu não sabia como, mas ela tinha lido o e–mail que mandei por engano pra Lucy... mas minha gatinha não leu... e agora, essa vadia estava convencida que traí a Lucy com a Pri... e obviamente usaria isso contra mim de alguma forma... merda... o que eu podia fazer? Só esperar pela próxima jogada dela, mas tinha que ter muito cuidado... merda, merda, merda... só me faltava essa.

Que ódio... eu tremendo de raiva e a putinha pegou o Muffin, voltou pra mesa, comeu com toda a tranquilidade, limpou os lábios e só depois se dignou a falar comigo:

– Vou te contar como descobri sua vagabunda... mas depois... vou fazer você se arrepender amargamente por ter traído a Lu.

Ouvir aquela piranha me chamar de vagabunda me deixou com mais ódio ainda... mas o pior era que ela parecia acreditar na traição... e se Lucy também acreditasse? Ela poderia cair em depressão, perder a turnê, talvez até... fazer alguma besteira... sim, o pior do pior, seria se minha gatinha acreditasse nisso... então, a única coisa que realmente importava... era convencer, comprar ou calar em definitivo essa desgraçada.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Superalmanaque (Abril) 08

 Olá

Superalmanaque (Abril) 08 (Pica-Pau) de Patomite & Luana, e Mickey 881 dos Esquilos (com o final de Pé na Estrada) são os destaques da semana em A Gibiteca.


E ainda:

  • Atualização da Pasta Hulk (Abril), agora completa com as 165 edições publicadas;
  • Disney Big 32, Almanaque Disney 248, A Lenda de Kamui (completa em 3 edições), Disney  Especial Reedição 14, Ed Mort e o Sequestro do Zagueiro Central, Garfield em Ação 12, Minnie 16, Almanaque do Gastão 03, As Viagens do Libório, Livro Ilustrado Os Caça Fantasmas, Donald Através dos Séculos 04 e Aninha 08.

Boas leituras!