domingo, 12 de julho de 2020

Escrevendo Corporação Gaia III - Pesquisa & Leitura


Um leitor me perguntou sobre minha rotina como escritor independente e qual seria a sequência mais ou menos lógica que seria necessária para desenvolver um bom enredo.



Acredito que cada um possa desenvolver a sua rotina e a sua forma, mas penso que para existir qualidade no resultado final, alguns itens são essenciais, e na realidade, por mais que pareça contraditório, o mais trabalhoso é o mais interessante.

Primeiro, não creio que alguém que não leia muito, consiga escrever... um bom conhecimento do nosso idioma, de sinônimos a adjetivos, de formas de expressão e descrição são essenciais para uma escrita fluída e prazeirosa de se acompanhar.

E em segundo, eu particularmente odiaria passar informações incorretas nas minhas histórias... adaptar fatos históricos ou através de ficção subverter uma lei da física é uma coisa, mas inventar coisas mirabolantes ou reações impossíveis de se explicar, eu considero uma ofensa a inteligência do leitor.

Por isso, afirmo com toda a certeza que "deus ex machina" é o artifício do escritor preguiçoso e sem criatividade.

Pegarei apenas um exemplo no Mancha Neural... Se Patópolis e Ratópolis ficam em Calisota, próximo a costa, eles estão na região da Califórnia... segundo o livro, Mickey embarcou as 20:00 e desceu em Paris as 15:00 segundo o horário local, após gastar 10 horas de vôo e avançar 9 fuso horários... e é exatamente isso... pesquisado e calculado com exatidão, para justificar ele estar com sono, enjoado e sem fome... 

Mas voltando a Corporação Gaia, o primeiro capítulo "Requiem", conta tudo que houve com Natasha nos dois anos entre o fim do Mancha Neural até hoje, quando ela é convocada para sua nova missão...

De Kiev para a Moldávia... de lá para Côte d’Azur... depois para um templo Budista na Tailândia... em seguida Nepal... Itália... Berlim... Espanha... dois anos viajando, e em cada parada, uma série de detalhes que devem ser expostos, da forma mais realista possivel...

Vamos a sete exemplos  interessantes e 100% verdadeiros:

- De Kiev a Moldávia, uma das formas de viajar é entrando no metrô, no caso dela, na estação Arsenalna, a mais profunda do mundo com 105,5 metros, seguir até o sistema de trens e embarcar em um bólido da Moldovan Railways

- Para se fazer uma plástica, é necessário aguardar a cicatriz original desinchar.

- Em Côte d’Azur, Natasha é convidada para uma festa no Beach Club "Le Club 55".

- Para ir ao Monastério Budista Doi Suthep, um trem saindo de Bangkok em direção ao norte da Tailândia é uma boa pedida.

- A meditação Anapanasati e as regras de conduta no Monastério são reais.

- A altitude dos quatro acampamentos da encosta Nepalesa do Monte Everest são reais. O guia Sherpa avisando sobre as janelas meteorológicas também.

- Em Berlim, o Club der Visionare realmente está as margens do rio Spree.

E mais dezenas de detalhes... e essa é a parte trabalhosa e divertida, pois a cada pesquisa antes de escrever, acabo ganhando algum conhecimento novo.

Sei que a grande maioria não se importa com tamanha precisão, mas eu realmente gosto de pesquisar... e as vezes me surpreendo com alguns resultados, como por exemplo, quando achei uma música chamada "Despre Tine".

Mas isso é conversa para outro dia, pois a história associada a está música é crucial...

Abs e boa semana a todos,

Daniel

2 comentários:

  1. Q legal cara, eu to escrevendo um livro de zumbi e realmente a parte de pesquisa tem seus méritos, ler também é super necessario e meio q uma coisa lava a outra né

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    1. Ah legal, fiquei curioso pelos zumbis... sim, com certeza uma coisa leva a outra... ler aguça a criatividade e creio que muitas pessoas que hoje são ignorantes, seriam melhores se lessem mais...
      Abs e obrigado pelo comentário

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