Prezados,
Obrigado as centenas de Downloads e Leituras OnLine do Mancha Neural - Ato I...
Nesta sexta, preparem-se para o Ato II - Guerra... A incrivel e nunca contada origem do Mancha Negra... Para quem ainda não tiver o ato I, ele estará contido no II...
Todos os detalhes da discussão entre o Mancha e Natasha Bykov serão revelados:
Por que ela deve mata-lo? Quem é Nicolai? Oque houve em Prytysko? Por que o Mancha traiu sua pátria?
Vocês nunca verão o Mancha Negra com os mesmos olhos de novo...
Preview abaixo:
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Esta tranquila fazenda era a moradia do braço principal da família Ivanov há mais de cinco gerações. Eles não pertenciam a nobreza do país, mas eram comerciantes importantes e ricos, que possuiam muitas reservas em ouro, acumuladas em mais de quinhentos anos de negócios lícitos e ilícitos.
Diversos monarcas já haviam pedido favores e tomado empréstimos com os Ivanov e graças a isto, sempre havia um deles nas proximidades do Rei, como amigo ou conselheiro. A influência política e social dos Ivanov os tornavam pessoas requisitadas, ótimas para se terem como amigos e péssimas para se terem como inimigos.
A dinastia Ivanov tinha uma arvore genealógica mapeada de quase mil anos, onde vinte e sete gerações eram identificadas e nomeadas devidamente. E foi nessa tarde quente e ensolarada que a vigésima oitava geração estava chegando, para alegria do patriarca Vladimir, que acompanhava sua esposa Yeva.
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Natasha havia acabado de sair da sala de aula naquela manhã de segunda-feira e seu olhar buscava alguém que já estava fora dela há um bom tempo.
Ao notar que quem ela procurava não estava no corredor, andou nervosamente em direção ao pátio. Chegando lá, viu Dmitri a distância, sentado tranquilamente em um banco lendo um livro, o que a deixou inconformada a ponto de ir até ele bufando.
– Não acredito nisso! – disse em um tom nada amigável.
– Não acredita em que, Tasha? – respondeu sem nem levantar os olhos do livro.
– Que você está lendo uma das suas porcarias incompreensíveis!
– Nietzsche é fascinante, você deveria experimentar – disse ele, ao mesmo tempo que marcava a página e fechava o livro.
– Eu nem tenho tempo para estudar para os exames e você... você... – reclamava ela, arfando e com raiva.
– Não entendo sua raiva, Tasha – respondeu Dmitri com um sorriso cínico.
– Você sabe que odeio esse seu sorriso – disse ela com um olhar fulminante.
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Assim que terminou de engolir o chá, foi Natasha que quebrou o silêncio ao mesmo tempo em que se levantava da poltrona:
– Então?
– Então o que? – Questionou Dmitri se levantando também. Nicolai se mantinha em silêncio.
– Como o que? Vocês foram convocados para a guerra, não vão falar nada?
– E podemos falar o que? Temos escolha ou opção? – respondeu Dmitri cinicamente.
– Não disse isso. Quero saber o que vocês acham disso tudo.
– Perda de tempo! O General devia ter feito um acordo ao invés de entrar de cabeça nessa guerra que só vai servir para fazer o povo sofrer – respondeu Dmitri com raiva.
– Mas temos que defender nossa pátria! – retrucou Natasha
– Eu não estou negando isso. Só digo que nesse caso, uma saída diplomática teria sido muito mais eficiente.
– Você acha que tudo se resolve conversando?
– Não, mas nesse caso, sim – encerrou Dmitri, se virando e passando a admirar a parede. Essa era outra característica que Natasha odiava nele.
– Não dê as costas para mim, você sabe o quanto odeio isso! – disse Natasha espumando de raiva.
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Sem lembrar de qualquer detalhe, Dmitri continuava quieto. Sua posição de meditação foi aprendida lendo livros de Monges que conseguiam fica na mesma posição, sem dormir ou comer por mais de três dias. Ele não chegava a tanta perfeição, mas por algumas horas, era possível.
– Saúde meu amigo! – chegou gritando Nicolai, quebrando a concentração e "acordando" Dmitri. Nas mãos dele, estavam duas canecas com cerveja, cheias até a boca.
– Olá Nicolai – respondeu Dmitri secamente, sem se dar ao trabalho de dizer ao amigo o tempo que ele o fez perder com essa atitude. Voltar ao ponto de meditação onde ele se encontrava, demoraria pelo menos duas horas.
– Ora, eu trago cerveja e você nem para agradecer – disse ele, sentando-se ao seu lado, ao mesmo tempo em que oferecia uma das canecas.
– Tudo bem, obrigado – respondeu Dmitri pegando sua cerveja e já começando a bebê-la.
– Um brinde a nossos companheiros que tombaram bravamente pela pátria – disse Nicolai, erguendo sua caneca.
– Aos que tombaram idiotamente – respondeu Dmitri batendo os copos.
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Os dois meninos encaravam o estranho com os olhos arregalados e tremendo muito.
– Calma, não vou fazer mal a vocês. – falava Dmitri enquanto se ajoelhava e ficava mais ou menos da altura deles. Nessa posição ele conseguiu olhar bem as roupas esfarrapadas e o quanto eles eram magros e sujos. Não deviam ter mais de oito ou nove anos.
– Q-Q-Q-Quem é você? O q-q-q-quê faz aqui? – balbuciou o mais velho.
– Segundo-Tenente Dmitri Ivanov, da 8º Companhia de Infantaria. Estou em missão de reconhecimento procurando acampamentos e soldados inimigos – disse ele ao mesmo tempo em que colocava a mochila no chão, abria e pegava uma lata de salsichas.
– Estão com fome? Eu tenho mantimentos, posso ceder um pouco para vocês – concluiu exibindo a lata.
A fome falou muito mais alto do quê o bom senso nesse momento e os dois garotos se aproximaram rapidamente, sentando-se na frente do seu visitante, que já abria a lata e a pousava no chão para que eles se servissem.
Palavras não eram necessárias no momento em que os meninos atacaram avidamente as salsichas, obrigando Dmitri a abrir uma outra lata. Enquanto engoliam o conteúdo da segunda, ele aproveitou para perguntar:
– Quem são vocês?
– Eu sou Igor e ele é meu amigo Mikhail – respondeu o mais velho, com a boca cheia.
– Mas vocês são crianças, o que estão fazendo aqui? – inqueriu Dmitri com incredulidade.
...
- Diga Dmitri... por favor fale comigo...
- Não Tasha... pelo contrário...
- Como assim?
- Eu vim falar com você... pela última vez...
Natasha não acreditou no que ouviu.
- Mas, mas... oque está dizendo, seu... seu...
- Exatamente isso.
- Você acha que vai morrer? Não seja idiota... pare de ser dramático...
Ele não respondeu.
- Mesmo porque, se você acha que vai morrer... basta me pedir... uma única vez...
- Pedir?
- Sim. Me peça... e vou embora com você... deste castelo... deste país... vou para qualquer lugar com você a qualquer momento... por favor - implorou ela.
- Tasha... eu nunca poderia te pedir isso...
- POIS PEÇA! - gritou ela - Me mostre que você se importa realmente comigo, se importa conosco. Basta pedir e eu... eu...
- Tasha... - sussurrou ao mesmo tempo em que a abraçou abruptamente.
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Valeu amigo Fabiano... Tenho certeza que vai gostar muito mais... Abs
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